Rasguei a fita-cola larga
para abrir o caixote. Depois, não consegui tirar a televisão lá de dentro por
causa da esferovite que estava agarrada.
O meu pai gostava de
comprar coisas novas que eu nunca tinha visto e ao abri-las, com os olhos a
brilhar mais que os meus, dizia:
– O material tem sempre
razão!
Decidi descobrir a razão
das coisas. Agarrei em papel e lápis e desenhei uma tabela. No lado esquerdo
escrevi “Pessoas grandes e pequenas” e do direito “Coisas inertes que só vivem
ligadas à corrente”.
O tempo foi passando e eu
fui riscando a folha toda. Sempre que alguém discutia com qualquer coisa inerte
lá estava eu a anotar o resultado.
Após dois anos de jogo o
papel acabou e um dos lados da tabela ganhou.
É aqui que esmoreço, não pode ser, os dados estão errados. Se o material
tem sempre razão, quem é que lha deu? Material tem sempre razão - farolas helenopinhal.blogspot.com |
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