história impaciente |
Faltam treze minutos para o jantar e sou convidado a contar uma história.
Escolho um tema adequado e começo a desenhar.
Com a ajuda de vírgulas, acentos e sinais de pontuação, desenho frases
direitinhas em ângulo recto com os pontos de exclamação. Leiam a história da
impaciência e vão ver que ela nem sempre tem razão.
A vida é como um balão
vazio. A impaciência sopra e o balão enche. Soltam-se os dedos do balão e um ar
impaciente, porque era duma pessoa impaciente, sai e faz o balão voar. Voa o
balão no pensamento, o ar saiu e misturou-se com o sentimento. Se já num estado
normal ninguém percebe certos comportamentos, imaginem então com um balão cheio
de ar a enrodilhar-se nos nossos bonitos pensamentos?
Pensamentos a balançar e
o tempo a passar, umas vezes rápido e outras devagar. A impaciência anda aí
metida, a regular o que o tempo faz à gente. Às vezes intimida tanto dia que
ele passa como um coelho assustado, outras conserva-o quietinho e ele mal se
mexe como um cágado descansado.
História impaciente |
O balão esvaziou e a história da impaciência acabou. Acabou sem mais nem
menos, porque os treze minutos não são eternos.
Vou jantar com mais
agrado, com a cara que mais gosto, a cara de espantado.
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