Estava naufragado no meu
mundo quando fiquei macambúzio por pensar que por vezes sou desagradável e
demasiado belicoso. Mostro uma coisa que não sou, sempre que o meu denodo cria à
vontade para me distender.
Se afogo as ideias que querem
sair, fico apático e procuro o constrangimento dos outros. Desejo que me
toquem, que me abanem, que me mesclem na vida como o adoçante no café.
Desligo-me e reparo que
embora o mundo não esteja saturado de mim, não deseja a minha mistura. Mas será
possível ser açúcar em água amarga? Será inerente ao homem dar de si para
subtrair um punhado de amargura do mundo e desaparecer nele? E depois? Acabou?
Fica assim a sua história, sem vestígios e sem pegadas rupestres?
Bebi a mélica bebida e elogiei do seu sabor.
Depois, aumentei a minha realidade e em pouco tempo passei de bem-aventurado a insurreto.
Querem que eu não cresça?
Que seja sempre o ovo fecundado?
Há diversas formas de
paixão, uns têm umas e outros outras. Admiro os que se sujeitam a perigos por
uma paixão mesmo que esta traga necessidade. É a paixão que nos arranca das
trevas da desolação e nos faz imergir.
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