A minha hierarquia de ideias está em
constante mutação. De momento a escrita sai mais solta por sensações que
procuram robustamente o seu encaixe. Um puzzle de pensamentos e emoções que se
encadeiam ininterruptamente. Sem forma nem cor definida não consigo perscrutar
o meu bom-senso. A hombridade que descubro em mim perde a soberania perante a
desordem sentimental que me toca.
Estás mais bonita, os teus olhos finalmente
têm cor e hoje, quando sentada no chão me olhavas com o sol defronte a ti,
descobri como o teu rosto apresenta consistência com os teus lábios finos, com
teu pescoço sedoso e com os teus olhos claros pelos raios de luz que encarnam
em ti. Deixei de te ouvir e sem o dizer mergulhei nesse castanho ornamentado de
azul e posicionei-me patagnomonicamente. Fiquei ali pela primeira vez na minha
vida e queria lá continuar quando perguntaste qualquer coisa:
– Desculpa, estava distraído. – Respondi
ainda enrolado em ti.
Não consigo perceber o novo sentimento que
nasceu, o que me fez ficar assim ensonado no teu peito.
Vais possuir-me para sempre pela tua
perfeição, pela tua paciência e adaptação. Se me largas morro e se te troco
mato-me. Mato toda a liberdade que preciso e que só tu dentro de tudo o
feminino que encontrei podes segurar amparando-a e compreendendo-a.
Que animal que sou, um bicho com miolos de
ferro-goto criado para mostrar ao mundo o homem e a sua perfeição.
A sinceridade vale por libertar, dá anos à
vida lançar para fora tudo o que pulula estrangulado cá dentro.
Exponho ao mundo o meu pensamento, recebo
dele e aprendo nesse preciso momento. Para ti um beijo que nem eu entendo.
2005, Fevereiro, 21,Covilhã 02:13:24 h (Eleições
com os socialistas a 48%)
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