A vontade diluída na vida foge sem que eu a
persiga. Deixa ir. Deixa ir não, onde pensas que vais sem te imiscuíres comigo?
Fica sua brisa esgalgada, fica paulatinamente e com reparo para que as plantas
que tens em casa não morram à sede com a negligência normal de quem vive. Canta
sempre sua existência incumbida, canta lealmente como uma cigarra inofensiva à
agricultura, para que os teus sons abram um pão, mesmo do dia anterior, joguem
isto lá para dentro e façam comer tudo com os olhos abertos como duas metades
de melancia coladas nas paredes murais dum museu de vegetais. Às vezes comemos
com o intuito de tudo sair em dois dias, outras achamos que fica cá dentro a
preencher o vazio do nosso pensamento. É o último caso, este que aqui
apresento.
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