Acordo porque suo separado no chão a olhar três luzes, luzes
simples sem nada para analisar. Elas lá estão também a olhar para mim com um
brilho meio fosco. Dirijo atenção só a uma, depois a outra e já enfadado indago
a última. Procuro uma quarta mas não há.
Giro os olhos e observo atentamente
duas delas, flutuam dessincronizadas, mas é tão grande a parecença entre as
duas que entorpecido junto as três no meu campo de visão.
Estou assim algum
tempo, o meu pensar não foge muito daquilo. Começo por fazer o que quero que é
o que sempre faço quando não tenho nada para fazer.
Invento algumas histórias
com mais luzes pelo meio, caso-as, descaso-as e afasto-as por um tempo para que
umas reconheçam a importância das outras.
Desejo que as cores e a frequência das suas luzes se agitem
e confronto o quadro inerte. Acendo por dentro, fico aceso quando penso que sou
outra luz e não me consigo ver, parece que a importância está toda talhada nas
outras e quase me convenço que tenho de estar sempre a olhar para elas.
Idealizo
novas vidas e prontifico-me para as ajudar, mas nunca quis apagar nenhuma
delas.
2003, Outubro, 01. Covilhã, 13:15
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