quinta-feira, 9 de maio de 2019

Ovogenia - corpo de água poesia heleno pinhal


torres de prédios circulam
quatro mil carros poluem
a cidade serve de órgão
onde as mágoas se diluem.

viver nos canais da ria
pisar o chão ao seu lado
solo plano e maresia
rodo humano meio quadrado.

anoitece a uma légua
amanhece sem ar seco
sinto uma pequena trégua
da minha voz não frui eco.

último dia a galope
num embrulho multi-homem
o meu corpo em envelope
com um selo muito jovem.

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