No século passado, dizia-se em tom de brincadeira, que Portugal tinha a
moeda mais valiosa do mundo. Era o conto! O conto de reis!
Um conto era mil escudos
e ninguém trocava um conto por três libras inglesas.
Talvez por isso, no grupo
de senhores de idade da história que vos vou contar, se fale de contos em vez
de euros.
Uma bátega de água cai
sobre a aldeia. Três homens de idade estão sentados numa mesa desfrutando
nitidamente uns dos outros. Um com boné à moda antiga, outro de óculos muito
graduados e o terceiro com pouco cabelo.
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O de bigode - que ouvia
bem por causa do aparelho que tinha nos ouvidos - dizia que em cinco anos, a
sua reforma passou de cinco contos para quase trinta.
O que via mal disse
qualquer coisa, mas falou tão baixo que prestei mais atenção ao que tinha pouco
cabelo. Este, para falar, abria muito os olhos e mostrava a falta de dentes:
- Vamos a ver: eu conheço um caso concreto em
que aquilo foi registado por duzentos e agora vale cinco mil.
Cinco mil quê? Euros?
Escudos? Contos? Para mim já se torna complicado estes preços antigos nas
minhas contas de cabeça.
Fui para casa a pensar naqueles senhores. Senhores de idade avançada que
trocam cinco tostões de conversa por alguns contos de reis.
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