Há tempo que esperava a
minha sociedade. Procurei isso durante longos anos, agora desamparei essa
intenção. Transformei-a numa pequena lembrança que embora presente já não magoa
como outrora.
Aconteceu por duas vezes
em dois dias. Um sonho libidinoso
e outro social. Apareceram à socapa como se já não fossem desejados.
Vi-os passar, deixando as
suas marcas aconchegando-me ainda mais a mim mesmo. É diferente! Como se não
passasse de apetrecho de mim sei lá.
Algo que adquiri porque
pedi! Pedi para compreender o estranho sabor que sinto quando lanço o proveio
dos meus dias sem hábitos regulares de existência e nada vejo. Não vejo a gota
de chuva que brota da semente,
nem o sol que a ilumina.
Eu nessa escuridão
aprendi a ver. Esfreguei três ou quatro pedras, já não sei ao certo, e pouco a
pouco a luz apareceu. Agora já não se apaga mais, disso tenho a certeza, porque
o carvão que a mantém é meu, recolhi-o todo durante estes anos passados.
Engraçado, que não
precisando agora de mais carvão, oferecem-mo como se intencionalmente já
soubessem que não preciso, mas que o tenho para oferecer.
Está bem, eu dou um pouco,
mas depois fico à espera. Saber esperar é importante.
Recolho rapidamente estas
duas moedas, antes que este encómio
se quebrasse.
Sem comentários:
Enviar um comentário