De momento, incerto com os próximos dez
minutos, escrevo à espera de libertar os ossos que circulam com os pensamentos
pelos nervos do corpo. Chamam-me ou não para a sala de jogos mentais onde todos
procuram enfiar a cabeça. Se não é aqui é nos psiquiatras que como dealers
abotoados encharcam as consciências com narcóticos laboratoriais. Consciência,
narcóticos, laboratórios!? Este texto, solto pelo seu pedido de existência, não
devia de ser tão insurrecto. Tacitamente, como quem não quer derramar uma
chávena cheia, é necessário catalogar as ideias que começam a surgir.
O tempo passa, nem o bater das portas agora
me inquieta, o coração bombardeia o sangue alargadamente.
Os psicólogos actuais servem de bom suporte
para o desnorte. Tudo incomoda como a falta de fome. Os portugueses, ao
perderem-se nos fármacos, desequilibram de tal forma o corpo que este já só
funciona a meio depósito, não pensa sem dores de cabeça, não anda sem se
queixar e o pior de tudo é que só pensa em descansar; mas de quê, se a vida tem
trinta e dois mil dias que devem de ser tratados com o gosto de um carro sempre
novo?
2005, Março, 4, Covilhã, 15:39:05 h,
Psicóloga
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