Andam rebentos ávidos de
desimpedir o controlo do sistema nervoso. Duas horas de sono não suprimem as
necessidades corporais, não encaixam nem desentopem a pressão que faço nos pés
espantados com o andar de um lado para o outro. Se me refastelo numa cadeira,
cómico, calmo, áspero, género pele de sardão jovial, recordo conversas
incorpóreas que depois tomam forma e enchem o meu interior perplexo.
Este dia de final de Julho
está chuvoso, solta o sol, o vento e o cheiro a terra húmida para que os corpos
mais sagrados assombrem o desagrado de outros menos expeditos.
Quero o tempo, os gostos
dos frutos da época, o aconchego das entradas das casas e os lábios prenunciais
com os seus movimentos moderados. É costume driblar assim a minha face que
sempre quente e a respirar aplaca as quatro pernas de ferro verde do assento a
que estou colado.
Apodero-me desta mesa vazia
e com os sentidos trémulos fico, sem levantar os olhos para o resto das coisas:
piriscas apagadas, copos de água meios, chávenas com pacotes de açúcar
desflorados e uma pequena gorjeta para o sorriso da empregada que é parecido
com a noite de ontem.
28 julho 2005, Covilhã
16:04:52 h Verdinho
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