Os dias teimam em permanecer suspensos por
cima dos pensamentos. A vida altera o sentido. Paradoxos recauchutados
tenteando a auto-estima avulso, visionários tresloucados camuflados por
aves-do-paraíso estrábicas, música antiga, manhãs libertas, tíbias encanadas
nos pés das mesas e o longo dia à espera de ser preenchido.
O gosto de duas acções sobrepostas
desvanece-se, o passado tilinta em tricô e o horário amplia os espaços em
branco. Logo à tarde, perto da noite, tens de estar em algum lugar, para
arregalar os deveres e cuspi-los contra este enguiço panteísta. Personagens
lisonjeiras, serviçais, excomungadas, broncas, empertigadas, fantasistas,
vistosas e cultas; enredos relançados em espaços entabulados.
Desabotoo a pele, coloco o lápis lá dentro
e pestanejo desatento.
2006-04-11 Covilhã, 11:48:37 h, Oriental de
São Martinho
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