XVI. Zero
Os números são concretos, mas nem sempre são corretos. A
expressão “estar a zero” pode não indicar ausência do atributo a ser estudado. Zero de temperatura é temperatura, mesmo no ártico.
Uma estalactite está pronta a cair para me transformar num
penedo escavado, caso aquelas fífias prevaleçam. A minha farpela fica toda suja
e como detesto parecer um troglodita ofegante, lavo-me com o que convém. Se eu
vos dissesse, ai se eu vos dissesse com que me lavo, como sacudo as minhas
larvas sibilantes decerto achariam que não é nada de anormal. Pensavam que
tinha algum segredinho escondidinho no meu mindinho? Uma qualquer veia
desentupida que vocês não têm? Nada disso!
Por vezes escrevo e fico agarrado, com sono e bastante
cansado. Julgo que certas histórias não têm fim ou sou eu que não o vejo em
mim. Parece que descasquei batatas frivolamente e reparei que não há óleo para
as fritar. Sento-me logo e sem lástima alguma recordo o quanto preciso disto
para viver.
É aí que encerro esta
questão e ao fim de dois minutos acabo por adormecer.
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