A persistência gerou a vida com ataques obstinados a um
óvulo mergulhado. Depois a paciência pouco a pouco com o bater do meu reunido
coração plagiou todas as células. Durante alguns meses ainda, uma a uma ao
bater de duas vidas.
Pom, pom, pom, pom o meu.
Pom, pom, pom, pom o da mãe a correr.
Pom, pom, pom, pom o meu à espera.
E era isto, de dia e de noite. A vida colonizava as minhas
células naquela bolsa de água quente. E eu ouvia sem cansaço.
Pom, pom, pom, pom o da mãe.
Pom, pom, pom, pom o meu.
Pom, pom, pom, pom o da mãe a correr.
Pom, pom, pom, pom o meu à espera.
E o meu coração lá ia atrás do som de outro sempre atrasado.
Foi aí que pensei em me enxugar e à hora certa a rapidez da palmada do artista
fez entrar o ar nos meus pulmões. Queimou-me tudo cá dentro e também me queimou
todo por dentro.
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