Um corre-corre pausado no tempo de horas que passam sem relógio. Preciso de ser dois ao dormir e de viver sobre bom calçado, com sapatos à medida e muito sujos ao fim do dia.
Dois encontros num só tempo. Um social, com todo o engendrar humano, e outro mais escorreito, mais isolado do pensar mundano. Não foi um engano este marcar sobreposto, o colar de duas acções desta envergadura num único espaço de horário bem cumprido.
O optar de marcação soltou-se após o segundo enlace, não podia negar o pedido de alguém de viva cor que nessa noite emaranhava o mesmo ar que eu. Ele já estava ataviado pelos aromas de veludo que sulfatam as flores dos meus dedos, as plantas dos meus pés e as espigas dos meus cabelos.
Colei estes dois afazeres de primeira depois de me fazer difícil. Eu lá podia recusar, recusar umas boas horas de crescimento para enobrecer o meu pobre entendimento?
17 de Março de 2004, Covilhã
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