
Princípios condutuais vulgares em cada um. São hábitos que
fazem rolar uns antes de saltar, outros saltam antes de amar e lavam os dentes
a correr tanto que ficam com os lábios todos em branco.
Na análise do meu comportamento examino com atenção parte
por parte e aplico os seus resultados. Descubro com clareza o comportamento que
me desagrada e avalio o seu atual nível. Três ou quatro vezes ao dia, dez, vinte
ou trinta. Planeio sempre uma intervenção específica com os antecedentes e
consequentes detetados na análise. Ofereço um minuto adicional por cada
problema resolvido.
Anoto num registo todos os resultados e modifico o plano,
modifico tantas vezes quantas as necessárias para compreender e modificar o meu
comportamento.
O fogo só arde com real calor se qualquer das energias se
colar a ele como se cola a gordura das nossas mãos ao limpar qualquer vidro
embaciado. E onde está esse combustível? Como foi descoberto? Quem o observou e
registou? Essa energia prejudica? E os resíduos, os resíduos que sempre saem de
qualquer travagem brusca serão eles que substituem depois os tóxicos tão bem
estudados?

Princípios e conveniências saltam a ajudar. Agarro nas atividades
preferidas: sair numa noite pesada, colar os lábios numa bica quente, soltar um
sorriso vezes sem conta a uma pessoa querida e parar, parar por dentro e por
fora nas varandas de uma vida.
As vicissitudes humanas açulam os maus hábitos, costumes
condenados por nós próprios que enrodilham lestamente o pousar firme de
qualquer benfeitor destemido. Empacotado neste corpo quente e sempre com fome
separo o meu gosto do azedo.

Os costumes
condenados pilham a minha atenção. Obrigações de todos os dias: sentado
disperso os afazeres então o relógio saqueia-me do idílio. Ora fico com a
garganta seca por não me poder deixar estar ou apetece-me desistir, desistir de
cumprir sem cessar o percorrer das normas vigentes nesta cúpula social que me
intriga.
Rascunho isto depois de fazer aquilo. Cumpro com os meus
deveres, deveres que escolhi a querer, o que agora colho é o líquido do esmagar
dos frutos da liberdade passageira. Primeiro o dever, depois o prazer.
No modelamento por contágio reforça-se o progresso em vez de
se esperar a perfeição. Cada pequeno avanço, seja um simples tatear maçador ou
um contestar pertinaz, ao ser detetado em vez de o murchar encarniço-o com a
ajuda da intriga. No plano de tarefas decompõem-se travessias severas em
percursos moderados.
Com persistência, paciência, precisão e rapidez alcanço o
sucesso de viver, é que agora já nunca mais quero morrer, nem sequer faz sofrer
ver um lápis assim a escrever, é que não há mesmo nada a fazer!

Caem esfinges de cabeça pelos trovões provocados pelas
minhas engrenagens por olear e oleio-as na certeza de conseguir evitar tal
desfecho acostumado. Indagação, inquéritos e obstáculos. Com o meu dedo
indicador virado para o meu querer tiro à força tudo o que me faz crescer.
As condutas indesejadas aparecem à socapa quase sempre
desejadas. O reforço negativo é gerado por uma qualquer situação aversiva.
Certos comportamentos só são eliminados quando algo angustiante acontece: falta
de dinheiro, saúde ou paciência. A ligação é feita de imediato.
Há um espinho qualquer que perturba o meu andar arranco-o e
o incómodo desaparece.
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