quinta-feira, 9 de maio de 2019

Ideias às muralhas - corpo de água poesia heleno pinhal


no café Gato Preto estava
a solteira mesa ocupada
não é que outro corpo pisava
a minha cadeira sagrada.

desisti e fiquei no nada

esplanada: - tu não te sentas
sobre esta minha suave aragem
recebe este fresco nas ventas
mesmo que só, só de passagem.

pernas nos braços em roliço
a escrever palavras mestras
ao meu redor há um feitiço
no meu interior palestras.

sou um nó amadurecido
um nó que aperta e vai embora
não compreendo este alarido
que vem de dentro para fora.

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