segunda-feira, 29 de abril de 2019

Comenos II - Alegro - Comenos Helenísticos Heleno Pinhal 2003


Um, dois. Um, dois, três. Maestro toque mais alto para eu não ouvir o malfadado.
Numa correria percetível homens simples ou letrados invadem territórios hostis. Com espingardas novas e antigas, umas de pólvora outras com silenciadores avançados, chegam de carro, a pé e por vezes às costas uns dos outros. Caras cobertas por pinturas de guerra aproximam-se com cautela resguardando emoções pestilentas pela sede do tempo e da má alimentação.
Não importa o motivo deste séquito. Não culpabilizo o leitor por estas parcas palavras queimarem os seus dedos frágeis, mas censuro com força e sem estorvo o autor, por ter o promíscuo pensamento e a posterior ação de elaborar esta quinquilharia literária. Um prostíbulo de pensamentos e emoções que clareia o refúgio dos segredos que sempre disfarçamos em nós.
É favor suavizar a velocidade. Este livro, ao ser lido, gera uma tal controvérsia interior que contraria os bons velhos tempos.
Lembram-se das cabecinhas de há vinte, trinta ou quarenta anos? Isso é que eram tempos! Agora, temos uma vida melhor que o maior milionário do pretérito século e continuamos a enaltecer o passado e a denegrir o futuro porque não o compreendemos.
Queimem estas dissertações emanadas de  racionalismos asseverados, antes da entrada do arrependimento, ou então leiam tudo, com os olhos bem fechados para não repararem no vosso lúcido interesse em estranhos devaneios que sempre serviram para igualar o homem.

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